sexta-feira, julho 08, 2005

Dramalhão

Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

Vinicius de Moraes


Não é um queixume, o que te quero dizer.
É um lamento, baixinho, porque parece que tudo o que eu digo te irrita.
E eu ando triste.
Finjo que não percebo, passo por distraída (coisa que não sou), contento-me com as migalhas contrariadas que raramente me dispensas, porque o breve pensamento de não ter a tua amizade dá-me falta de ar, ata um nó cego na minha garganta, enche os meus olhos de lágrimas.
É mais um dramalhão, com certeza.

2 comentários:

Anónimo disse...

És muito gira garota!
Desejo-te as maiores felicidades.

K disse...

mau mau...ainda triste?