quarta-feira, abril 27, 2005

Última foto da Leica até eu me lembrar deste duro golpe



Não dormi nada.
A pensar onde é que está, onde é que eu enfiei o CD onde estão as fotos que o Toshiba devorou -lembras-te, Maique, um que tinha as fotos do jantar de Natal da Pandilha, que estava semi-roídoo pela Carolina e que só abria nos computadores da Fotografia? -, revirei a casa inteira até às seis e meia da manhã, depois desisti, tentei vencer a insónia de raiva às novas tecnologias vendo o TV Shop. Estive quase tentada a comprar um "robot" que faz tudo em menos de dez segundos - pica alho e cebola, faz granizados, batidos, molhos, omoletes e muffins -, mas adormeci, entretanto, antes de saber sequer quanto é que ele custava, uma fortuna, de certeza, mas que jeito que me dava uma coisa daquelas. Cheguei ao jornal, vasculhei entre papéis e gavetas: nada, nada, nada.
Era nove da manhã, olheiras negras, costas feitas num oito de ter dormido meia hora em poses contorcionistas no sofá, agarrei na Leica e enterrei-a na sua caixinha prateada. Estás de castigo, minha menina.
Fui buscar a Canoninha, enfiei-lhe um rolo 200 asa de 36 fotos e disparei dez seguidas à minha filhota que dormia de boca aberta, sossegada, sem imaginar que a puta da Leica lhe roubou um mês de fotos.
Estou mesmo magoada.
Mas esta foto está bem gira.
Desculpem lá o ego.

3 comentários:

Anónimo disse...

Está sim senhora! Mas eu não conheço ninguém que "devore" objectivas como tu. Que o teu futuro tenha ainda muitas fotos pela frente... digitais ou tradicionais!

Anónimo disse...

A foto está muito boa. Faz juz aos teus melhores momentos de serenidade... induzidos por químicos ou não.

Dia disse...

Não há químicos nenhuns há muito tempo. Lamento desapontar-te.