segunda-feira, agosto 01, 2005

Associação de Socorros Mútuos

Oiço falar desta associação há muitos anos.
A Magui falava dela a toda a hora, falava dela quando se referia ao seu amigo e patrão "Manecas" - suponho que, quando vestia a fatiota de secretária de direcção não lhe chamava Manecas, mas sim sr Manuel Martins -, eu gostava muito do Manecas, lembro-me de uma vez, quando ainda dormia no quarto do Leonardo, numa cama de grades encarnada, lembro-me de dizer à Magui que queria que ele fosse meu pai.
Recordo-me das noitadas em casa dele - apesar de não fazer ideia onde é essa casa que me lembro tão bem -, de fingir que estava a dormir no sofá, de ouvi-los (havia um Dr Uva, um catita, que curioso, lembrar-me do Dr Uva passados mais de vinte anos), a Paula, mulher do Manecas, com enormes cabelos pretos, as gargalhadas, os copos de gin e os whiskeys, as jogatanas de King até de manhãzinha, lembro-me de dormir na cama enorme do Manecas e de uns degrauzinhos (seria um duplex a casa?).
O Manecas e a Magui eram sócios fundadores da Associação de Socorros Mútuos. Eu não percebia o âmbito desta associação, mas agora que já sou "adulta" já faz sentido, e com uma grande cunha familiar lá consegui arranjar o cartão de sócio.
Eu e o senhor Vring andamos numa de socorros mútuos.
Ele agora anda todos os dias pela minha (T)ralha e eu tenho pena de já não escrever para ele, de a musa ser outra. O senhor holandês é inimputável para mim. Fez-me sofrer, fez-me sofrer muito, portou-se mal, portou sim senhora, mas algo me diz (e não, eu não oiço vozes na minha cabeça) que a minha história com o gigante mansinho é superior a tudo isso.
Andamos os dois neura e lá nos amparamos nos maus momentos. E está bem assim, muito bem assim. Que continue assim. Durante muito tempo.

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