O dia começa melhor
Quando à espera no Gmail está uma orgia de comentários do Goiaoia.
Depois há o silêncio da redacção vazia - sem telefones frenéticos, sem folhas vomitadas do porta-aviões que é a fotocopiadora, fax e impressora laser, cujos segredos de funcionamento estão muito bem guardados e acessíveis apenas a quem tirou o doutoramento na Xerox - e o vinil do chão ainda muito limpo, os caixotes do lixo vazios, os cafés e os cigarros sorvidos de enfiada até que alguém chegue para eu dizer bom dia (chegou o senhor Onório com as revistas da Sonae, de como somos um grupo socialmente responsável, sustentável e blá, blá, blá; demora a dizer bom dia, o senhor Onório, e, num instante, fico com medo de não existir, de ser um sonho de outra pessoa, que acabou agora mesmo de despertar), é o cortar a fita de plástico que une a jornalada da minha secção ("estas tretas das revistas que vocês deitam logo fora", diz-me o senhro Onório zangado, e depois acrescenta "e fazem muito bem!", e afinal existo e respiro de alívio), e é mais um dia que começa e eu vou ler o 24 Horas.
Sem comentários:
Enviar um comentário