quinta-feira, setembro 28, 2006

A casa de onde não chegaram a sair dragões*, nem a entrar pombos pela janela


A questão é apenas esta, e à qual não vou responder, nem vou contar esta incrível história, pelo menos, enquanto o Da. não a for ver como só ele sabe ver, enquanto não ma trouxer em formato digital, para eu a poder guardar para sempre. A questão é tão somente esta: pode uma casa, uma casa, sim, é isso mesmo, são quatro paredes, e estas são de tabique, são telhas lá em cima, para que o mundo não nos caia em cima da cabela, são azulejos, portas, estuque, falo apenas de uma casa, pode uma casa pedir socorro? E, pior, pode uma casa pedir socorro em sonhos, e abrir todas as suas portas para que eu já a conhecesse, para que eu, já acordada, a acudisse?
E só pela Lyra, eu mostro os tesouros que uma casa, sim, que uma casa, me deu. A obra de Francisco Rodrigues Madeira saiu do lixo. O senhor António deu-me uma cadeira de baloiço e duas paletas de aguarelas. Mas eu resgatei quem as usou há cem anos atrás, quem foi deixado para trás. Eu já estou habituada a ter os mortos de ninguém a fazerem-me companhia. Esta casa já pode morrer em paz.

Eu não falo mais, espero as photos do Da. Para elas falarem também. Vamos fazer magia neste blogue.





*Alguém há-de entender o título, se acabar por sair um obituário que escrevi para o pasquim onde continuo até à data a não ser dispensável, apesar de me estar sempre a queixar que só me pagam 4,54 euros à hora.

** o Beta Blogger não me deixa postar mais fotos, querida Lyra.

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