Sherlock Ralha (ou a história das Drosophilas)
Hoje, o patrão está a pagar o feriado a 300 por cento, logo, estão reunidas todas as condições para um grande post.
Quando comecei a escrever estas linhas, há quatro horas atrás, ia-vos contar mais histórias de elevadores e de calças de ganga cintura descaída com banhas a mostra (hoje saí de casa com umas calças de cintura descaída e tinha as banhas todas à mostra; entrei em pânico e não sosseguei enquanto não comprei umas calças novas que me devolvessem alguma dignidade - abençoadas lojas chinesas - e escondessem aquela ridicularia).
O post chamava-se Encontros Imediatos no Hércules (o elevador velhinho da Estados Unidos), calças de cintura descaída e outras estórias.
Depois, há um bom par de valentes horas, à conversa com a minha homónima bébé no messenger, o post sofreu uma mudança abrupta: ia-vos contar, também, como um senhor arquitecto com quem privei pouco mais de uma hora, numa tarde de Domingo em que comprei três pares de sapatos e depois vim ter com o mau feitio do Maique ao pasquim (não vejo a hora de voltares a ficar mansinho outra vez, mas, pronto, estou solidária com a tua dor, a morte do "branquinho" está a ser difícil para todos nós...), de repente, se tornou uma das minhas mais importantes "musas".
Dou comigo a pensar quase que diariamente: "Hoje não escrevi nada na (T)ralha, não pode ser, Ralha, senão o KAos não tem nada para ler".
E, então, sento-me em frente ao computador, coloco os óculos pseudo-intelectuais, fecho os olhos, em sinal de concentração, abro-os, depois de se fazer luz, e escrevo. Para ele e por causa dele. E, por isso, obrigada. Porque abri caixas que há muito estavam fechadas, porque acho que não me tenho saído nada mal, porque me dá um gozo tremendo contar-vos as minhas "Amelices".
Mas tudo isto vai ter que ficar para outro dia.
A minha vida é uma coincidência pegada. A Mónica comentou isso por aqui e tem toda a razão. Hoje a actividade gmailistica esteve praticamente desactivada. Recebi meia dúzia de mails e uma notificação do Hi5. Uma amiga querida do pasquim tinha aderido a esta coisa que eu ainda não percebi muito bem para que é que serve e que só aderi, há cerca de seis meses, por causa do senhor que me salvou o Domingo.
Parece-me que a ideia é partilhar fotografias com os nossos amigos e conhecer os amigos dos amigos. No fundo, com os meus 11 amigos que aderiram à coisa eu estou ligada a qualquer coisa como uma centena e meia de pessoas.
Mas o senhor do Domingo, misterioso, nunca lá pôs fotografia.
Eu nunca vi o senhor que me salvou o Domingo. Falamos há muito tempo através das novas tecnologias (primeiro o ICQ, onde ele me encontrou, depois no messenger). Depois há as longas conversas internacionais ao telefone - gravei na memória a passagem de ano de 2002; passámos horas e horas ao telefone e o senhor mistério estragou-me engate com um jovem comunista, mas valeu a pena, se valeu.
Deu-me, então, para googalizar o nome do senhor. Mandei-lhe um mail a informá-lo que Sherlock Ralha ia entrar em acção.
www.google.com e vamos lá a isso - o nome do senhor com o sítio onde ele trabalha; o nome do senhor com a cidade onde ele mora. Enfim, mais de uma hora depois, e de ficar a saber que o senhor professor doutor anda a estudar uma mutação qualquer nas mosquinhas do vinagre (as drosophilas - desde muito cedo a Magui me ensinou a vantagem das drosophilas na investigação científica, porque se reproduzem a um ritmo alucinante; ela também as estudou quando estava a tirar Medicina...)
E ZÁS!
Aparece uma fotografia num site de um projecto científico financiado pela União Europeia. O senhor doutor, aquele que me salvou o Domingo, é o penúltimo da fotografia.
Não é nada como eu o tinha imaginado.
Estou em choque.
De cinco em cinco minutos abro o JPEG.
Já lhe enviei um mail a anunciar os resultados da minha investigação por conta própria. Estou à espera de confirmação.
A caixa de Pandora está aberta. Se calhar, há caixas que nunca se deviam abrir.
Nada a fazer.
1 comentário:
Também acho que não te tens saido nada mal.;)..hoje foi a primeira coisa que fiz quando cheguei... ver o que a menina Dia tinha escrito...
Espero que a tua caixa seja como a minha e nem sequer tenhas vontade de a fechar..;)
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