Histórias da noite de Santo António
A noite do padroeiro de Lisboa foi very untypical.
Não houve manjericos, o cheiro da sardinha assada não se entranhou na roupa, cabelos e pele, música pimba nem vê-la.
Foi a minha primeira vez nos Santos, na Bica, e há momentos kodak extraordinários dessa longa noite: o rei da Chamussa, o enorme Jesus, vestido de amarelo, em cima de uma mesa numa espécie de strip-tease; o Soja-man e o inacreditável interesse do Lionel (com "i") pela conservação e restauro; o jornalista da concorrência, com corte de cabelo pseudo-moderno, que, já o sol tinha nascido, nos garantia que o jogador de futebol Pedro Barbosa é Deus; as horas que passámos sentados numa mesa a falar de fotografia (é o que dá sair com fotógrafos...); ver, finalmente, o João (que saudades); o Nuno, o cromo de camisa preta e gravata bordeaux, que se esmifrou para ganhar um cigarro (há fotos deste cromo, tiradas por um fotojornalista da Capital); eu e a Mar, a fazermos xixi numas escadinhas de beco, enfim, um espactáculo de decadência muito, muito divertido.
Aquele cujo nome não deve ser pronunciado veio à baila, eu fiquei triste por alguns minutos quando o João disse, out of the blue: "Conheci o Andy Vring; não o imaginava nada assim". Apeteceu-me dizer: "Eu também não o imaginava nada assim", mas optei pelo silêncio, estive mesmo muito silenciosa e pensativa (isso foi notado pelos ilustres foto-jornalistas bébés que me acompanhavam) e cheguei a uma conclusão - da próxima vez que alguém me começar a dar trela, a enviar mails muito simpáticos até às tantas, eu ponho tudo em pratos limpos: se é para me partir o coração, por favor, não diga coisas simpáticas, não entre em minha casa, não me beije muito perto da boca...
Será pedir muito?
1 comentário:
...eu tb só gosto dos santos na bica...é diferente..é melhor..os meus santos populares tiveram sabor salgado e a peixe espada grelhado junto ao mar...também foi bom para variar..:)
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