Martinha entra na era do wireless
A Martinha é daquelas velhotas geek, high tech, só o bilhete de identidade confirma a sua avançada idade, mas, no seu caso, nem isso: é tão velha que não existe registo do seu nascimento na câmara municipal, nem nas Finanças, na sua caderneta predial, apenas há um registo, uma data - 1901 -, ano da primeira alteração ao prédio que é a mãe da Martinha e dos seus apartamentos irmãos.
Às senhoras não se pergunta a idade, a Martinha insiste em dizer que ainda não é centenária, mas eu conto-vos um segredo: é mentira! (já vai a caminho dos duzentos, mas isto fica só entre nós).
A Martinha entrou na era do wireless, está tão vaidosa que não se atura: pior só quando lhe maquilhei a sala de laranja (cor que lhe tirou, pelo menos, meio século de cima). Pede-me a Martinha para deixar aqui os agradecimentos públicos ao senhor Abílio, que tornou possível o sonho do wireless.
Tenho que subir a rua e enfiar-me na "mina", escrever notícias.
Até
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