50
If I should die this very moment
I wouldn't fear
For I've never known completeness
Like being here
Wrapped in the warmth of you
Loving every breath of you
Still in my heart this moment
Or it might burst
Could we stay right here
Until the end of time until the earth stops turning
Wanna love you until the seas run dry
I've found the one I've waited for
All this time I've loved you
And never known your face
All this time I've missed you
And searched this human race
Here is true peace
Here my heart knows calm
Safe in your soul
Bathed in your sighs
Wanna stay right here
Until the end of time
'Til the earth stops turning
Gonna love you until the seas run dry
I've found the one I've waited for
The one I've waited for
All I've known
All I've done
All I've felt was leading to this
All I've known
All I've done
All I've felt was leading to this
Wanna stay right here
'Til the end of time 'till the earth stops turning
I'm gonna love you till the seas run dry
I've found the one I've waited for
The one I've waited for
The one I've waited for
Wanna stay right here
'Til the end of time 'till the earth stops turning
I'm gonna love you till the seas run dry
I've found the one I've waited for
The one I've waited for
The one I've waited for
Como é que eu só descobri esta canção hoje?
É a faixa 50 do CD que o João me fez - o Yep -, um CD para ouvir em "random", disse-me ele. Eu não obedeci. Ouvia as músicas de enfiada, por isso, nunca cheguei à 50.
João, era esta a música que procuravas no meu CD de Lamb? Na noite em que fomos comprar as pizzas com a Diana?, na noite em que eu estava desfeita?, na noite em que a pandilha bébé cuidou de mim?, na noite em que entrámos clandestinos num prédio da avenida João XXI para deixar um recado por debaixo de uma porta? [Já pensei fazê-lo outra vez, confesso, mas se não resultou daquela vez, porque haveria de ser agora?]
"Andamos desencontrados", escrevi eu numa cobarde sms, às tantas da manhã, quando vinha de tua casa, João, depois de ter estado com a Qui Qui mais de uma hora sentadas num banco de jardim a ouvir Yann Tiersen do Ipodezinho lindo. Às vezes há estacionamento à porta, há luz na janela da sala que eu conheci clandestinamente, num sábado em que fui feliz, num sábado em que se eu conhecesse esta canção, de certeza lha teria cantado enquanto conduzia o Idea até Campolide - 'come on baby light my fire': o Ritzenhoff que eu lhe dei, em cima do estirador, na sala, ainda na caixa, intocado, abri o fecho de metal da caixinha de madeira e lá dentro o envelope pequenino, com a minha letra também miudinha; ainda procurei a tela laranja com uma sinaléctica que é a a nossa história, mas não a encontrei, não devia ter estado ali sem permissão, eu disse-lhe que esperava lá fora, que não queria subir, mas aquilo deve ter sido um qualquer capricho 'kinky' holandês e, por isso, eu sei que os azulejos da casa de banho são pretos, raiados a branco -, e eu quero parar, tocar para o cabeleireiro para me abrirem a porta como da outra vez, e fazer as pazes com aquela casa, fazer as pazes com o dono daquela casa.
Hoje lembrei-me do "random", não sei porquê, não gosto do "random", as coisas têm um princípio, um meio e um fim, eu gosto de saber sempre o que vem a seguir. Mas o desconhecido é como uma droga: abre-nos o mundo de mão beijada, faz-nos explodir para lá do que achávamos ser possível. Eu não queria estar aqui, a escrever uma não-notícia sobre a concessionária das travessias do Tejo. Queria deixar um rasto de zigue-zagues na areia molhada, queria estar no telhado da minha casa e abraçar toda a cidade. Queria jogar às escondidas num campo de girassóis, queria estender lençóis brancos ao sol com molas de madeira e deixá-los a corar. Queria o silêncio dos corpos cansados. Queria contar sardas, comparar cicatrizes de guerra.
Esta canção leva-me a todos estes sítios. E a mais alguns. Que eu não conto.
Eu hei-de cantar esta canção. Esta e o "Por toda a minha vida".
No dia em que te descobrir.
3 comentários:
Podias não escrever mais posts destes? É que o 50 arrepiou-me a espinha, deixou-me zonzo, a desejar que fosse dedicado a mim, em vez de um qualquer norte-europeu desajeitado. Beijo no pescoço, no exacto ponto onde o cabelo encontra a pele.
O 50 (e a 50) também não me sai da cabeça, estou meia atordoada. Acho que foi das melhores coisas que escrevi na vida. Não tenho a certeza que seja dedicado ao senhor holandês: ele já me fez escrever coisas bonitas, mas não tanto como esta.
O João, que diz que eu perco o meu tempo a escrever sobre a travessia do Tejo, é que, apesar de ser pequenino, de u lhe chamar bébé, a sabe toda.
disse ele: "é um post dedicado aos homens da tua vida!","aos q ja apareceram e aos que ainda estao p vir..", "aos q te fazem sofrer e aos q te deixam feliz".
Explicadíssimo!
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