Nossa senhora dos Posts
A todos os que não desistiram de ler a (T)ralha, nestes dias de balda
[mas são faltas justificadas: preenchi o requerimento da baixa, anexei a declaração, sob compromisso de honra, do simpático doutor do centro de saúde, como estive inapta para bloggar, e a caixa de previdência e abono de família dos bloggers caiu que nem um patinho e deferiu o pedido e vai-me pagar os dias a 300 por cento; é que eu não sou uma blogger qualquer, sou a “melhor escritora” – Ana, tu és a responsável por tudo isto, com essa da “melhor escritora”, tu nem imaginas como és responsável -, escrevi de sol a sol durante um ano e cinco meses, esqueci a matemática e a contabilidade aprendidas na faculdade (o professor, não me lembro do apelido, mas era peculiar como o meu, tinha um Alfa Romeo antigo descapotável e uma foto do bólide no seu gabinete, era menina dos seus olhos, e era um borracho e tinha um sorriso Pepsodent que o Miguel Ângelo imitava na perfeição e que era o antídoto para as minhas depressões constantes: “faz a cara do professor de OC [Orçamentação e Custeio], pedia eu, e ele fazia, e eu, imediatamente, ria a bandeiras despegadas estivesse triste ou não); estoirei em mais de dobro as 40 horas semanais previstas no meu contrato colectivo de trabalho com a blogoesfera, não gozei as férias retribuídas que estão consagradas na Constituição da República do Blogger, alimentei a tendinite nos feriados e fins-de-semana, e, por isso, como homenagem, apareceu-me um amor na caixa dos comentários, à visita 50.000 como eu pedi à nossa senhora dos posts, e andam para aí uns zunzuns na máquina do café (todos os zunzuns passam sempre pela máquina do café, mesmo aqui do meu lado esquerdo) que, à parte das coisas extraordinárias que germinaram dentro de uma caixa de comentários deste blog e que depois saíram para o Universo Gmail e de lá para o Jardim da Estrela, o meu nome anda a ser falado para a atribuição da mais alta condecoração da blogoesfera, a cruz da ordem das Postas de Pescada por altos serviços prestados à Nação]
,um grande bem haja.
E eu sei que o assunto é sério, quando risco mais um dia na agenda e reparo que passou mais um conjunto de 24 horas (nem um minuto a mais, nem um minuto a menos) e eu nem me dei ao trabalho de abrir o programa espião das estatísticas para contabilizar a debandada geral do meu silêncio na audiência esquizofrénica deste blogue – abro a (t)ralha, porém, para matar saudades do seu fundo preto e para ouvir o Coma do Tiersen, é que estou numa espécie de coma induzido, mas de olhos bem abertos, não me vá escapar nada, agora não durmo, agora não quero mesmo dormir, mas tenho saudades de escrever, de tropeçar nas palavras, e há demasiadas frases encavalitadas, este texto está caótico, mas o dia está mesmo agora a começar, e eu tenho que ir, porque os dias, agora, começam à noite, acabam de manhã, quando é hora de escrever notícias.
6 comentários:
mas há romance no ar com o 50 mil e tal ou q? ai que lindo... só a mim n me aparece o receptor das minhas mensagens em garrafas que até isso já desisti de escrever... bjs e tudo de bom
Há quem entenda ou há quem não entenda esta (T)Ralha. Eu apenas sei que hoje o meu sorriso ficou maior... Que ele anda escancarado e a cada dia que passa ainda consegue ficar maior. Hoje foi assim!
Hoje presto uma pequena homenagem a uma moça que encontrei por acaso nestas andanças. Que houve um dia que trocámos palavras! Que fiquei de coração apertado em certas alturas e derretida noutras tantas. Mas hoje deu-me um sorriso! Daqueles que acontecem quando há magia no ar... Um beijinho do tamanho do mundo para alguém que merece como ninguém ser feliz!
xtpazzzxxxtttpááá...!
(fui o visitante 60.034, Parabéns! Deve ter estado tudo fernético pa saber novidades tuas. És, efectivamente, o verdadeiro [...Centro Do Mundo].)
Coisa estranha esta, um tipo não pode sair uma semana que encontra logo a casa desarrumada... Mania de querer pôr tudo na ordem. De olhar para as pequenas merdas como se estas fossem tudo. Agora só encontro roupa espalhada pelo chão, janelas escancaradas em dias de calor. Cotão nos cantos da sala. Parte-se em pleno Inverno e regressa-se sem se saber que já é Verão. Uma semana a comer neve, chuva, homens que se passeiam de saias, faisões a rapar pelos campos. Corpos cor de lagosta suada escancarados ao menor raio de sol.
Volta-se e ainda custa a perceber que há quem olhe para o grão da cevada a sentir a mesma alegria do sabor de uma uva tinta a rebentar no céu-da-boca.
Um tipo volta e está tudo desvairado: o tempo não parou, não parou mesmo nada e as promessas feitas no seu silêncio de agora avante agarrar a vida vieram apenas para fazer mais pesada a bagagem da partida. Não encontrei Camelot. Raspei suavemente por uma Rosslyn Chapel e um código sem mensagem credível.
Depois, um tipo volta, liga o computador e, encontra isto: não pode estar fora uma semana que se encontra tudo desarrumado. Não se pode estar uma semana fora que se fica sem texto, sem ordem… assim. O que ainda te vai safando é que esta treta toda está bem escrita. Deu-te uns créditos para me calar o desespero de ter passado uma semana em provas contínuas sem conseguir apreciar o queimar do whisky nas paredes da boca.
André Sendin. Sei de fonte segura que já vendeu o Alfa Romeu. Ao que parece, quando ele lhe começou a dar mais problemas que alegrias. A irmã dele (o mundo é mesmo uma ervilha...) trabalha comigo.
Eu sabia que não demoravas muito sem cá vires escrever.
O bichinho quando pega já não desgruda.
Jokinhas e até amanhã
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