Espanta Espíritos
Os espanta-espíritos dançaram e cantaram a noite toda à janela de Santa Marta. E espantaram-me as noites que são brancas, as noites em que as minhas enormes pestanas teimam em não se abraçar para dormir.
Consegui dormir dez horas seguidas, embalada pela música celestial dos espanta-espíritos. Eles continuam a tocar, desenfreadamente, mas o som é sempre doce, é sempre mágico. Há muito que espantar, eu não durmo porque há muito para espantar e os espanta-espíritos à janela não têm capacidade para tanta coisa escura que têm que espantar.
Mas não tarda, eu assim espero, vou voltar a dormir, eu não sei há quanto tempo não dormia dez horas, este fim-de-semana, sem filha, sem amigas esquizofrénicas, faço uma cura de sono. E até tenho medo de me levantar, de espreitar a imagem que o espelho da casa-de-banho me vai devolver.
[Disse bom dia, não me assustou, desejou-me um bom dia e eu decidi que vou dormir mais um bocadinho, porque é mesmo muito bom dormir]
1 comentário:
vou seguir o teu exemplo e vou voltar para a cama.
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