As árvores morrem de pé (e sobretudo de tristeza)
Os meus olmos da China (foram comprados para três meninas - a Inês, a Qui Qui e a Cat -, mas nunca foram entregues) são pródigos em morrer e ressuscitar. Já fizeram a brincadeira pelo menos três vezes cá em casa, mas eu só desisto de um bonsai quando ele não reage durante um largo período de tempo, quando o coma se reverte na falência total de todos os seus sinais vitais.
É assim com estas mini-árvores; é assim com tudo: insisto até à última, sou pessimista de natureza, mas das gajinhas com mais esperança à face da terra.
Os olmos da China andavam possessos. Tinham ressuscitado há coisa de um mês e meio, os três ao mesmo tempo, tinham renascido com a felicidade absurda que se viveu nestas quatro paredes. Os meus olmos da China murcharam na semana passada e não foi por falta de água ou mimos. As árvores morrem de pé, mas sobretudo de tristeza. Viram-me chorar demais, sentada no sofá laranja, não gostam de me ver assim por nada deste mundo e decidiram, em conjunto, absorver a minha tristeza. Beberam-na através das suas raízes e, por isso, estão novamente em coma.
Eu sei que eles vão renascer. Porque eu não desisto deles.
Mas hoje, um quarto bonsai, um dos que eu mais gosto, a minha azálea, murchou também. E este é um golpe muito duro.
Estou triste.
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