Um seguro
[Adoro a ferramenta do Blogger que me permite escrever posts a partir do Word, sem dar barraca no emprego]
Dás-me um conselho, em jeito de comentário, é sincero, eu sei que estou a fazer uma fita de gaja – e acredita que até tenho nojo de ser tão gaja –, mas não é um jogo perigoso. Não é, sargento, o jogo perigoso foi o que cobardemente acabou, com as cartas em cima da mesa, e assim é batota, retirar a aposta depois de se ver o jogo; sabes, eu aposto sempre alto e tinha os quatro ases na mão, mas obrigada na mesma pelo comentário – mais de cem pageloads por dia e ninguém se atreve nunca a comentar (senhores leitores, às vezes fico frustrada, porque eu gosto que falem de mim nem que seja para dizer bem).
E não tenciono publicar tudo o que escrevi para o senhor chulo. Ele tem, na sua posse, material de muito boa qualidade, tem mares de caracteres, suficientes para me chantagear até ao resto dos dias. Felizmente, eu também tenho uma arma, carregada, gosto de pensar que estou vestida com o meu sobretudo à Matrix, de cabedal preto, e que tenho uma Beretta pronta a disparar. Chantagem com chantagem o que é que dá? Merda. E já deu. Com a devida vénia pela apropriação descarada (porque esta não é da minha autoria) não estava a pedir que me amasses; suspeito que não saberias como – qual é a parte desta frase que tu não entendes?
Uma frase. Precisava de uma frase que funcionasse como ponto final. Uma frase que me fizesse chorar com soluços outra vez, uma frase bem salgada para espalhar por cima das feridas feias que ganhei depois de te ter dado o meu melhor. Tive uma dose bem servida. A tua frase serviu pelas duas doses que tinhas prometido para esta semana. Um seguro. O que eu preciso é de ir aos incompetentes da Império-Bonança, ou se calhar aos senhores da Mundial Confiança – que em tempos idos, há muitas décadas, protegeram a minha Martinha; está lá a placa linda, encarnada, com uma águia dourada, pregada na porta de entrada –, para me arranjarem um seguro.
Senhores mediadores de seguros, escutem bem, porque eu tenho dinheiro: preciso de um seguro feito à minha medida, como um fato de alfaiate, ou uns sapatos do Blahnik. Um que cubra danos próprios e contra terceiros também. O capital segurado tem que ser ilimitado, não interessa o valor do prémio anual (posso pagar às prestações?); eu quero um seguro que morra de velho, um que me proteja quando sou esquartejada, um que me resgate dos escombros, que arrume a casa, quando por lá passou um vendaval.
[Kaboom! Acaba aqui esta história. É o último post em si inspirada. Eu avisei que se me magoavas arranjava umas frases más, cruéis, frias, daquelas que disparam em todos os sentidos e magoam toda a gente. Obrigada, Astride - mediadora de seguros]
1 comentário:
De nada, amiga. Dispõe.
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