Valores mais altos
Está um dia bonito lá fora. Sei disto porque fui à rua, há cinco horas atrás, entregar a filha ao progenitor e beber a bica na tasca cá da rua.
Está sol e eu tenho um plano de ir para a praia, porque trabalho só pela noite a fora. Vai ser o meu primeiro comício e não tenho a rata aos pulos, confesso. Está quentinho, mas eu estou sentada de pernas cruzadas no sofá laranja, com uma mantinha da mesma cor a cobrir-me as pernas, uma mantinha gira que uma agência de publicidade me enviou como pequeno suborno para comprar uma qualquer notícia breve que eu não sei se escrevi (eu gostava muito do director criativo desta agência e, segundo sei, o tipo deu-se muito bem pela W+K).
Não mexo o cú enorme do sofá, porque estou a namorar à janela do computador. É mais forte do que eu - a vida passa lá fora e eu fico a vê-la passar. É que nesta janela eu tenho alguma importância. Lá fora não sou ninguém.
Amanhã estou mais uma vez a trabalhar, seguindo o rasto do candidadto independente, mas que segundo o líder da distrital do PSD, "tem um coração laranja" - eu já tinha bebido umas imperiais e fiquei a pensar que se calhar era melhor o Carmona ir fazer uma ecografia ao coração, que ter órgãos dessa cor deve ser uma qualquer ictrícia louca - e espero que saia algo menos obsessivo. Agora não dá.
1 comentário:
Acho que detrás dessa janela deve haver mais qualquer coisa. Só nao queres deixar sair tudo. Anda lá! Deixa entrar o mundo pela janela da alma, ou pelos oljhos...
Esquece o computador um bocadinho.
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