terça-feira, novembro 22, 2005

SOS

Preciso de um homem!
Preciso de um homem para várias coisas, mas a mais urgente é mesmo para me montar a merda da árvore de natal. Não há-de ser muito difícil, são três pernas, uma base, um anelzito e três parafusos.
Estou há uma hora e meia a tentar e não consigo. Admito: preciso de um homem!
E agora vou para o jornal lixada com a minha incapacidade para trabalhos manuais (maridinho, tu és artista, também não me deves valer nesta demanda).
Acordei cheia de espírito natalício e acho que o estendi na corda, juntamente com uma máquina de roupa branca que, quando eu chegar a casa, muito perto da meia noite, vai estar mais encharcada do que saiu do tambor da Hoover linda que a Magui me deu nos anos. Mas eu continuo a achar que a sorte protege os audazes, ainda para mais o diospireiro da vizinha do segundo andar está da cor do outono, encarnado - nunca digo vermelho - alaranjado, foi por isso que me atrevi a estender a roupa lá fora, na janela da casa-de-banho aos quadradinhos laranja que mete água pelo tecto, cai um chuveirinho de chuva mesmo em cima do foco de halogéneo (preciso de um homem também aqui, mas já chamei o empreiteiro, uma figurinha que só vista, uma centena de quilos num indivíduo baixinho, com um rabicho de caracóis numa cabeça quase careca, muito ouro nas mãos e ao peito), decidi estender a roupa lá fora só para ver o diospireiro a cumprimentar a estação que quase já não existe e daqui a um quinze dias a arvore vai ficar despida de folhas e carregada de bolinhas vermelhas. E eu vou ganhar lata, vou bater à porta da vizinha alentejana, e pedir-lhe uns diospiros, porque ando a sonhar com eles desde Julho (também ando a sonhar com sanchas, mas a Magui, que suspira por eles há mês e meio, diz que esta chuva manhosa vai estragar toda a colheita, só teremos meia dúzia de cogumelos verdes, cheios de areia, a peso de ouro, lá para a semana. Mas se houver sanchas a um preço razoável, quero fazer um jantar de bloggers cá em casa, a Magui é que cozinha dessa vez, não arrisco mais um fiasco gastronómico, quero os meus bloggers favoritos todos à mesa, assim de repente, a lista que me surje é composta pelo meu marido e a minha mana, a Cordeirinha, a Mary, o Mac, o Telescópio, o sargento, para nos dar música e vou convidar, também dois bloggers à séria, sabendo, porém, que eles não acham muita graça misturar-se com a ralé da segunda divisão B do Blogger...)

Já venho.

18 comentários:

Telescópio disse...

Olha, poides combinar o jantar que eu monto-te (!) a árvore de Natal.

Mary Mary disse...

Eu ajudo a desenlear as luzes e a pô-las... :)

Daqui a uns dias também vou andar à luta com um tripé desses...

Anónimo disse...

Sanchas só em Viseu. Ainda as há por cá?...

Dia disse...

Claro que há! Chamam-lhes míscaros...

Anónimo disse...

Hum.. não é bem a mesma coisa. Nesse caso, preciso de uma mulher.

Dia disse...

É a mesma coisa sim!
Em Lisboa chamam-lhes míscaros.
Ah, e PS - estou tão contente que alguém saiba o que são sanchas!!!!

Anónimo disse...

O meu contentamento não pode revelar-se na sua extensão. É perigoso.

Dia disse...

Então?
Por causa das sanchas?

Anónimo disse...

Não. Ai a curiosidade...

Dia disse...

Não digo mais nada, senhor anónimo...

Anónimo disse...

Sem amuos, menina Dia! E começa a agradar-me o tratamento de 'senhor anónimo'... Os estranhos que se encontram, estranhamente, e por causa de outros, só pode ser destino. Ajudei?

Dia disse...

Não, desajudou.
Porque estranhos que se encontram estranhamente por causa de outros, q deixaram de ser estranhos, é a história da minha vida.

Anónimo disse...

E ainda falto eu para completar o ramalhte, dos estranhos que se encontram... Posso ir ás sanchas, posso montar-te a árvore de Natal, sou sempre eu que faço isso, e este ano ando sem espírito...pode se que se aguçe (isto escreve-se assim?) a olhar para a tua, mas quero uma coisita em troca: a tua visita que ficou adiada por causa de um vírus malvado, lembras-te?

Anónimo disse...

Não falei em história. Falei em destino. Encontrar é fácil. Estranhos, mais ainda.

Anónimo disse...

Uau!
Bem eu vendo sanchas...do distrito de Viseu, do monte de Campo Benfeito, concelho de Castro Daire!
Apanhei-as no fim de semana durante o meu horário de jogging... com lebre á caçador também se arranja...

Lcego disse...

Ps. Por motivos de compreensão o último post fui em quem publicou e não um outro anónimo.

Dia disse...

De repente, toda a gente conhece sanchas...
Oh audiência sublime deste blog!!!!
L, vendes sanchas? A Magui comprou-as a quase 15 euros o quilo (e hoje há sanchas lá em casa, quero despachar o texto do passe social e ir babar para outra freguesia)

Lcego disse...

Vendia se não as tivesse comido! Sublime... para o ano há mais, elas estão em vias de extinção nos montes da beira alta e ninguém sabe muito bem porquê, e a verdade é que as criadas em areia são uma fraude.
Viva a sancha da beira alta (acho que vou criar um movimento de protecção), à trasumância, e ao lobo ibérico.