E amanhã declaro guerra às formigas
Apareceram do nada.
Dou por mim a acreditar que só se vão embora quando o filme acabar (posso não sentir nada, posso andar com medo de ter ficado frígida depois desta, mas uma coisa não mudou em mim e ainda bem: continuo a achar o mundo magnífico e a imaginação continua frenética, a misturar, com cuidado, "coisinhas" à realidade - misturar sem bater, apenas envolvendo, como se faz com as claras em castelo).
Tentei a bem, o diálogo, tenham a bondade de me auxiliar e desaparecer sem deixar rasto para o mesmo sítio de onde vieram e de onde nunca deveriam ter saído (escrevo esta frase e uma formiga passeia-se pelo Ibook. Era uma vez uma formiga). Eu nunca gostei muito de formigas, sequer, desde a história da cigarra e da formiga, sempre tive muita pena da cigarra e achei a formiga pouco cristã e invejosa (mas, espera lá, na história, as formigas ficam mansas no Inverno, não é? No Verão é que andaram histéricas... Isto só dá mais força à minha teoria que elas endoideceram na sequência dos recentes acontecimentos que bombardearam esta casa) Mas daí a gostar de as matar vai um longo caminho. O Leonardo disse-me hoje, no circo, que as formigas só aprendem com grandes catástrofes. Uma espécie de complexo pavloviano.
Amanhã vai haver uma calamidade no reino do formigal de Santa Marta. Depois não digam que eu não avisei. Está aqui o pré-aviso e a declaração de guerra.
[o Dionísio já me espera no quarto, que está a aquecer. Vou-me, que não o quero impaciente; ainda me desaparece pela janela e eu não durmo, ou, pior, estraga-me as orquídeas]
3 comentários:
E um rufar de tambores incessante marca o início das hostilidades... A elas!
Estou a tentar perceber porque é que todos os teus post me fazem lembrar Boris Vian, principalmente o ‘Espuma dos Dias’. Mas eu não gostei de Boris Vian e rendo-me completamente a cada um dos teus posts. Freud explicaria certamente…
O primeiro livro a sério que eu li (quando deixei a condessa de segur e similares) foi o Outono em Pequim. A minha primiera queca foi ao som de Boris Vian - era um rapaz intelectual e muito virgem como eu. Há mais de dez anos que perdi o rasto ao Boris. Vou procurá-lo nas prateleiras, já que estou de férias para dormir.
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